quarta-feira, 17 de agosto de 2011

QUERES QUE CHO CONTE? de Palimoco Teatro

O próximo domingo apresentamos-vos a nossa próxima actividade na que Palimoco Teatro porá em cena a obra Queres que cho conte?

A representaçom terá lugar en Burela o domingo 21 de agosto às 16:30 na praça da Marinha (em caso chover seria na casa da Cultura).



A obra Queres que cho conte? está baseada numha selecçom de contos populares compilados num CD, e que serám narrados e musicados ao vivo para os nenos e nenas. Representaram-se nove contos com versons recolhidas na geografia luguesa, que som herdança de geraçons de narradores e narradoras das aldeias e vilas de Lugo e revivirám neste conta-espectáculo no que se mistura música, contaconto, teatro e dança.

Esta actividade está integrada no projecto cultural Cultura sobre Rodas que promove a Área de Cultura e Turismo da Deputaçom Provincial de Lugo, e será desenvolvida pola companhia de teatro profissional Palimoco Teatro em colaboraçom com o Colectivo Cultural Buril.


domingo, 14 de agosto de 2011

José António Lestao, (1893-1974). Referente do ensino em Burela

A seguir reproduzimos um interessante artigo de Bernardo Penabade sobre José António Lestao. O professor Penabade ofereceu umha palestra sobre esta importante figura da Burela do século XX nas Ias Jornadas de História Local de Burela, celebradas os passados dias 9, 10 e 11 de Agosto e organizadas polo colectivo cultural Buril.


JOSÉ ANTONIO LESTAO MANZANO (1893-1974), UM REFERENTE DO ENSINO EM BURELA

Durante a celebraçom das Ias. Jornadas de História de Burela organizadas polo Colectivo Cultural Buril tivem a responsabilidade de coordenar um colóquio com o que se pretendia descrever e valorar a ingente obra social promovida polo armador e filántropo José António Lestao Manzano (Morás, 1893-Burela, 1974). Sinto-me satisfeito de ter feito esta exposiçom em presença de parentes, amizades e vecindário -muitas das pessoas presentes no público tratárom-no e incluso se beneficiárom dos múltiplos logros das suas iniciativas-, porque uns e outros saímos satisfeitos da posta-em-comum com a que conhecemos melhor a figura que nos reunia.

Soubem da existência de José António Lestao como resultado dos trabalhos de documentaçom do “Modelo Burela”, concretamente seguindo as pistas do ensino da língua inglesa na localidade. Falaram-me dele com muito entusiasmo Glória do Corneta e Fina de Miranda, enfatizando a sua actuaçom humanitária como intérprete com as famílias das vítimas da II Guerra Mundial recolhidas polos pesqueiros locais nas proximidades da Estaca de Bares. Glória e Fina recomendaram-me acudir a Témis e Santiago (filha e genro de José António) para que me falassem dele e me permitissem conhecer em primeiro plano os documentos do seu legado. Assim foi feito, em boa hora.

Justo na medida em que observava a correspondência com o mestre Camilo Fernández ou que tinha nas minhas maos os livros e revistas com os que estudou e ensinou a língua inglesa, foi medrando em mim um sentimento de admiraçom por umha pessoa feita-a-si-mesma, que superou com brilhantez os obstáculos que se lhe apresentárom ao longo dos seus 81 anos de vida.

Integrante dumha família numerosa -foi o sétimo de oito irmaos-, sendo neno aprendeu as quatro regras com a ajuda do cabo Constantino do Campo e com 17 anos emigrou aos Estados Unidos, onde conseguiu emprego nas infra-estruturas rodoviárias da Califórnia. Na cidade de San Francisco estudou de jeito autodidacta o inglês, ao tempo que conheceu as teorias evolucionistas de Darwin e que se interessou por diversas artes, entre elas a fotografia e o cinema.

Já retornado (1926), obtivo a titulaçom de patrom de pesca e, junto com Eduardo Lestao (irmao), foi armador da "Manolita" e integrou-se no sector pesqueiro, em benefício do qual tentou aplicar os conhecimentos em matéria de infra-estruturas que adquirira em América. Durante a IIª República foi presidente do pósito local e impulsionou as obras do primeiro porto de Burela.

No segundo período de gestom, neste caso à cabeça da directiva da Confraria (1953-1957), gestionou a construçom das vivendas de protecçom oficial (as "Casas Baratas"), contribuiu decisivamente para a criaçom da Escola de Orientaçom Marítima (na qual tivo um papel tam destacado o seu colaborador Benigno Beltrán), defendeu a compra da Fábrica de Bravo (que salvou vários postos de trabalho do sector conserveiro) e capitaneou o projecto de edificaçom dumha nova lonja, justo onde estám hoje o original "parlamento e sede do governo" dos marinheiros reformados. Impressionante currículo, aqui resumido.

Transcorridos quase quatro decénios desde a morte, a José Antonio Lestao chegou-lhe a hora deste modesto reconhecimento público. Poucos haverá que o tenham mais merecido.

Bernardo Penabade Rei


Bernardo Penabade, acompanhado, de esquerda a direita por Piedad, sobrinha do "mestre D. Camilo", Glória do Corneta e Témis Lestao, filha de J. António Lestao.


JOSÉ ANTONIO LESTAO MANZANO. (Morás, 1893- Burela, 1974)

Referente do ensino em Burela. Precursor do Modelo Burela


PERFIL BIOGRÁFICO

1.- Família numerosa de Morás: foi o 7º de 8 irmaos.

2.- Infáncia e adolescência em Burela. Assistente à escola de Constantino do Campo (1900-1910).

3.- Emigraçom aos Estados Unidos (1910)

4.- Visita de reencontro familiar ao Uruguai (1913)

5.- Emprego no sector petrolífero (1913-1922)

6.- Emprego nas infraestruturas ferroviárias (1922-1926)

7.- Retorno a Burela. Armador da "Manolita"

8.- Presidência do Pósito (1931-1933): a construçom do porto

9.- Construçom da casa na rúa das Flores (193?-1937)

10.- Labor humanitário durante a IIª Guerra Mundial (1945-47)

11.- Presidência da Confraria (1953-1957)

- Reivindicaçom das Casas Baratas

- Criaçom da Escola de Orientaçom Marítima

    - Compra da Fábrica das Conservas Bravo

    - Edificaçom da lonja nova (actual Cruz Vermelha)

    12.- Retiro laboral (1959) e falecimento (1974)



quarta-feira, 3 de agosto de 2011

I Jornadas de História Local. Burela, 9, 10 e 11 de Agosto de 2011


O Colectivo Cultural Buril organiza as I Jornadas de História Local de Burela, que se desenvolverám entre o 9 e 11 de Agosto. As actividades que se levarám a cabo serám fundamentalmente palestras divulgativas sobre distintas temáticas, e terám lugar todas elas às 20h30 na Sala de Conferências (Antiga Biblioteca), ainda que também realizaremos um roteiro pola Vila do Médio e Vilar o dia 11, com saída às 16h30 da igreja da Vila do Médio.

Estas jornadas que botam a andar pola primeira vez em Burela neste ano 2011, pretendem recuperar e pôr em valor etapas, feitos e pessoas destacadas da história da nossa vila, para assim poder comprendermos as peças chave que contribuirom à configuraçom do nosso devir através dos anos. Entendemos que nom hai povos sem história, mas para que os acontecimentos que nos precederom podam ser conhecidos, estudados e analisados devemos recolhe-los, compila-los e escreve-los. É por isso que o Buril quer contribuir na medida das suas modestas possibilidades a ampliar os estudos de carácter histórico que outros e outras já figerom sobre Burela.

As jornadas nom estám dirigidas exclusivamente a estudiosos e estudiosas especializadas, por isso atendem a um enfoque principalmente didáctico para que sejam acessíveis ao público em geral e a todos os vizinhos e vizinhas de Burela, pois eles e elas som sujeitos activos no próprio processo de desenvolvimento histórico.


O martes/terça-feira, dia 9, darám começo as jornadas com umha palestra sobre umha das estapas mais cruciais na história da Galiza. Xoán Ramón Fernández Pacios falará sobre a Burela da Idade Média, centrando-se na figura de D. Pedro de Bolanho, personagem fundamental no litígio pós-Pardo de Cela com os Reis Católicos.

O mércores/quarta-feira, dia 10, poderemos achegar-nos a umha pessoa de vital importáncia no desenvolvimento económico e educativo na Burela do século XX. Bernardo Penabade Rei, achegara-nos a José Antonio Lestao (1893-1974), presidente do Pósito de Pescadores de Burela durante vários anos e homem de profunda vocaçom humanista que desenvolveu um papel importante no campo educativo em Burela.

O xoves/quinta-feira, dia 11, concluem as jornadas com umha visita à Vila do Médio e Vilar, para dar a conhecer a abundáncia de nomes de lugar que existem nestes dous espaços da Burela histórica. No roteiro farám de guias os vizinhos e vizinhas mais maiores destes lugares, pois eles e elas som os que melhor conservam este aspecto tam importante do nosso património. As pessoas interessadas em participar, poderám achegar-se às 16h30 à igreja da Vila do Médio, lugar no que dará começo o roteiro. A seguir a esta visita, Xosé Lois Vilar Pedreira dará umha palestra sobre o trabalho de campo desenvolvido na costa sul da Galiza que deu como resultado o livro Talasonimia da costa sur de Galicia. Vilar comentará os aspectos fundamentais neste tipo de trabalhos sobre a micro-toponímia e ilustrara-nos com exemplos concretos que poderám servir de modelo para futuros trabalhos deste tipo em Burela.